5 medos adolescentes que a ciência acha que são infundados

De acordo com a ciência, ser um adolescente é uma merda. Não que você precise da ciência para chegar a essa conclusão, mas ela pode ajudar com outras coisas. Se você pudesse voltar atrás, além de dar um tapa na sua própria cara adolescente idiota (f***-** o efeito borboleta), você poderia ter se preocupado bem menos por saber de alguns fatos como:

5. Quem demora para fazer sexo tem maior satisfação de vida mais tarde

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Quando você é adolescente, ser o único virgem da turma parece uma coisa ruim. Mas certamente não é. Ter relações sexuais mais tarde do que a maioria das pessoas pode na verdade ser melhor para você.
Um estudo feito pela Universidade do Texas (EUA) descobriu que as pessoas que perderam a virgindade em um período definido como tardio (no estudo, mais de 19 anos) tenderam a atingir um nível mais elevado de educação, uma renda maior e um maior nível de satisfação com seu relacionamento romântico durante a idade adulta do que as pessoas que perderam a virgindade em uma idade média (15 a 19) ou precoce (antes dos 15).
Explicações possíveis incluem escolhas de parceiros mais seletivas, evitar experiências de relacionamentos adolescentes negativas e maior maturidade cognitiva e emocional. “As pessoas que tiveram relacionamentos íntimos na vida adulta jovem, depois de terem acumulado maturidade cognitiva e emocional, podem aprender habilidades de relacionamento mais eficazes do que os indivíduos que aprendem a ter relacionamentos íntimos enquanto ainda adolescentes”, diz o estudo. Ou seja, você é mesmo uma criança, você realmente não sabe nada da vida e de relacionamentos, então é melhor ficar na sua.

4. Timidez não tem nenhuma influência sobre sua vida romântica, e pode ser bom para você

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Timidez é a maldição de todos os adolescentes que desejam ter uma vida social normal. Isso porque ela não parece ter nenhum lado bom: não é como se ser tímido fosse te ajudar a ser popular na escola ou atraente para parceiros sexuais.
Bem, temos uma boa notícia: um estudo realizado em 2007 mostrou que o nível de timidez de uma pessoa não tem influência sobre sua vida romântica. Se alguém é tímido, há sempre outro alguém mais do que disposto a dar o primeiro passo.
Tímidos também namoram. No entanto, vale notar que a timidez foi correlacionada com dois tipos de estilos românticos: o amor afetuoso que se desenvolve a partir de amizade, e a mania, um tipo obsessivo e possessivo de amor (do qual é melhor ficar longe).
E há um benefício da timidez: uma coisa chamada de sensibilidade sensorial, um traço de personalidade caracterizado por sensibilidade a estímulos de qualquer tipo, incluindo pistas sociais e emocionais. Indivíduos com essa característica têm vidas interiores mais ricas e complexas do que a dos outros, e são melhor equipados para perceber sutilezas em seu ambiente. No geral, quem tem sensibilidade sensorial tem maior consciência de estímulos sutis, maior atenção e maior reatividade sensorial.

3. “Papo de meninas” pode levar à depressão

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Se você não gosta de fofocas, de ficar contando tudo o que acontece na sua vida, de ficar ruminando sobre seus problemas com suas amigas, a ciência está do seu lado – apesar de você ter sido excluída do seu grupinho social.
Em 2011, alguns pesquisadores da Universidade de Missouri (EUA) analisaram como o ato de conversar com amigos sobre os problemas uns dos outros era visto por meninas e meninos adolescentes, e qual o impacto disso sobre seu bem-estar. Eles descobriram que os homens geralmente veem a atividade como um desperdício de tempo – nada surpreendente.
Meninas, por outro lado, faziam esse tipo de coisa mais ou menos na mesma frequência com que respiravam. Mais importante, porém, é o efeito que isso tinha sobre elas: meninas que participavam dessas rodinhas de conversa frequentes eram muito mais propensas a desenvolverem problemas com depressão e ansiedade do que as meninas que eram menos sociais.
Os cientistas acham que muitas meninas falam sobre seus problemas em um ritmo não saudável, o que aumenta a quantidade de tempo que passam focando nesses problemas, o que por sua vez faz com que eles pareçam muito piores do que realmente são.

2. Sim, seus amigos têm mais amigos do que você (mas isso é estatisticamente inevitável)

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Uma preocupação adolescente persistente é a de ser popular e ter bastante amigos. Mas, de uma maneira geral, parece que seus amigos têm sempre mais amigos do que você.
Se você for ao Facebook e contar quantos amigos cada um de seus amigos tem, para em seguida calcular uma média, esse número quase certamente vai ser maior do que o seu número de amigos. Ó, merda, você é impopular!
Não exatamente. Acontece que quase todo mundo pode fazer este exercício, não importa quão popular a pessoa seja, e a média de amigos de seus amigos acaba sendo superior ao seu número de amigos. Culpa da bruxaria profana que é a estatística.
Seus amigos tendem a ser populares, justamente porque são seus amigos. Pense nisso. Quanto mais popular alguém é, mais propenso é que você conheça ela, e que ela seja sua amiga. Como resultado, o número ponderado dos seus amigos acaba com uma média maior do que a sua.

1. As pessoas se preocupam muito menos com seus erros do que você acha

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Se você tropeça na entrada na escola, logo acha que hora do almoço todo mundo vai estar falando sobre isso, cochichando e rindo sobre como você é o maior idiota da escola, perdendo apenas para aquele garoto que conseguiu acidentalmente incendiar o laboratório de computadores.
Mas e se alguém lhe disser que, dentro de 10 minutos, o número de pessoas que se lembram do que lhe parece ser o pior momento de sua vida escolar vai ser cerca de apenas uma, e que uma pessoa vai ser você?
Em 2000, pesquisadores realizaram uma série de experimentos para determinar até que ponto as pessoas achavam que seu comportamento era observado por outros. Os participantes tiveram que usar uma camiseta constrangedora e, em seguida, indicar o número de observadores que eles pensavam que tinham notado isso. Em seguida, os participantes foram colocados em um grupo de pessoas com a tarefa de tomar uma decisão e depois tiveram que relatar a forma como eles achavam que os outros avaliariam suas contribuições.
Os resultados foram bastante conclusivos: quando estavam usando uma camiseta constrangedora, as pessoas previram que o dobro de observadores a tinha notado do que o que realmente aconteceu. E na reunião de grupo, os indivíduos acreditavam que outros iriam julgá-los de forma mais crítica e avaliá-los como tendo feito mais erros de fala e comentários ofensivos do que realmente aconteceu. Paradoxalmente, os indivíduos também acreditavam que seriam mais bem lembrados por suas contribuições positivas.
Cientistas chamaram isso de “efeito do holofote”, fazendo referência a como uma pessoa normal acredita que está sempre no centro das atenções, quando na verdade todo mundo na sala está mais ocupado sendo consciente de seu próprio holofote imaginário.
Enquanto isso significa, infelizmente, que os outros vão provavelmente esquecer suas contribuições positivas quase tão rapidamente quanto possível, também significa que eles vão esquecer os seus colossais erros com a mesma rapidez.

Fonte: Hypescience