“Tudo vai de encontro com aquele que se agita enquanto o outro espera”,
disse uma vez Thomas Edison. Mas só se mover já basta? O progresso é
sempre deliberado? Algumas vezes a genialidade surge não por escolha –
mas por acaso.
É difícil até imaginar como alguns produtos foram idealizados, como
alguém pôde ser tão criativo a ponto de criar algo como um forno
microondas, fogos de artifício ou até mesmo batatas chips? Você talvez
se surpreenda ao descobrir que não houve “criatividade” por trás destas
criações. Algumas das maiores invenções que usamos hoje são frutos de
simples “erros” que cientistas cometeram tentando inventar outra coisa,
muitas vezes bem diferente do que acabaram criando. Alguns até acreditam que o próprio universo foi um acidente de sorte, um enorme acaso cósmico.
Confira algumas invenções que surgiram, vamos dizer, do acaso:
Microondas – Percy L. Spencer
Percy Spencer, um engenheiro da Raytheron, após ser barrado pela
Marinha para ir à Primeira Guerra Mundial, ficou conhecido como um gênio
dos eletrônicos. Em 1945, Spencer estava brincando com um emissor de
microondas magnétron – usado como base de radares – quando ele sentiu
algo estranho em suas calças. Algo melecado. Spencer parou e percebeu
que o chocolate que estava em seu bolso começou a derreter. Percebendo
que a radição das microondas de magnétron eram as culpadas, Spencer
entendeu o potencial culinário que aquilo tinha. O resultado final foi a
criação do forno de microondas – eterno salvador de caras que moram
sozinho e curtem comida feita em dois minutos ao redor de todo o mundo.
Super Bonder – Harry Coover
No que pode ser considerado um momento bem caótico de descobertas em
1942, o doutor Harry Coover do Laboratório Eastman-Kodak descobriu que a
substância que ele criou – cianoacrilato – era uma falha épica. Ela não
era, para sua tristeza, uma revolução para um novo sistema de armas de
precisão que ele esperava criar – o treco grudava em tudo que tocava.
Então, o projeto foi esquecido. Seis anos depois, enquanto
supervisionava um novo design experimental de cobertura para aviões,
Coover se pegou preso na mesma bagunça melecada com um inimigo conhecido
– o cianoacrilato se provou mais inútil ainda. Mas dessa vez, Coover
observou que a coisa se transformou em uma cola extremamente forte sem
necessidade de aquecimento. Coover e sua equipe começaram a colar vários
objetos no laboratório, e perceberam que eles finalmente haviam
encontrado um uso para aquela gosma irritante. Coover fez uma patente de
sua descoberta, e em 1958, 16 anos após ele ter ficado colado pela
primeira vez, o cianoacrilato começou a ser vendido nos mercados.
Marcapasso – Wilson Greatbatch
Um professor assistente da Universidade de Buffalo pensou ter
arruinado seu projeto. Em vez de pegar um resistor de 10.000-ohm para
usar em seu protótipo de marcador de batimentos cardíacos, Wilson
Greatbach pegou a variação de 1-megaohm. O resultado produziu um sinal
que soou por 1.8 milissegundos, e depois parou por um segundo – um sino
da morte para o coração humano. Greatbach percebeu que a novidade
poderia regular o pulso, substituindo o batimento cardíaco imperfeito do
paciente. Antes disso, os marcapassos eram do tamanho de televisores,
trambolhos pesados que eram plugados temporariamente no paciente,
externamente. Mas hoje o mesmo resultado pode ser alcançado com um
pequeno circuito, perfeito para ser colocado no peito de alguém.
Velcro – George de Mestral
Um cão inventou o velcro.
Ok, essa frase é um pouco exagerada, mas um cachorro realmente teve
papel decisivo aqui. O engenheiro suíço George de Mestral estava num
passeio para caçar com seu cachorro, quando reparou na chata tendência
dos carrapichos grudarem no pelo do cachorro (e em sua meia). Mais
tarde, olhando num microscópio, Mestral observou os pequenos “ganchos”
que prendiam os carrapichos nos tecidos e nos pelos. Mestral
experimentou por anos uma enorme variedade de tecidos até chegar ao
recém-inventado náilon – apesar de ele só ter se popularizado após o uso
da NASA.
Penicilina - Sir Alexander Fleming
Ironicamente, Alexander
buscava por um remédio milagroso, que fosse capaz de curar qualquer
doença. Mas somente quando ele deixou de lado seus experimentos que ele
encontrou o que queria. Fleming notou que uma placa de Petri
contaminada que ele havia descartado, continha uma substância que estava
dissolvendo todas as bactérias ao redor dela, quando ele estudou
melhor, foi-se descoberto um poderoso antibiótico, a penicilina.
Batatas Chips - George Crum
O que ele pretendia fazer: Um prato de batatas fritas.
Como foi criado: Um dia um cliente enviou de volta para
a cozinha diversas vezes um prato com batatas fritas, pedindo que elas
fossem cortadas mais finas e que fossem fritas novamente. George perdeu a
cabeça e cortou as batatas da forma mais fina que conseguiu e fritou
até que secassem, e para a surpresa, o cliente mala adorou e um novo
prato foi inventado.
Fogos de Artificio
Inventor: Algum cozinheiro chinês.
O que ele pretendia fazer: De acordo com a lenda, o cozinheiro estava testando novos pratos.
Como foi criado: Um cozinheiro acidentalmente misturou
carvão, enxofre e salitre, itens comuns em cozinhas de 2000 anos atrás.
Quando a mistura foi comprimida em um bambu, ela simplesmente explodiu.
Raio-X – Wilhelm Roentgen
Certo, a gente sabe, os raios X são um fenômeno natural, assim eles
não poderiam ter sido criados. Mas, quieto! A história de sua descoberta
é fascinante e pura obra do incrível acaso. Em 1895, o físico alemão
Wilhem Roentgen estava fazendo um experimento de rotina que envolvia
raios catódicos, quando ele percebeu que um pedaço de papelão
fluorescente estava se iluminando no quarto. Uma grossa tela foi
colocada entre o emissor de catódio e o papelão irradiado, provando que
as partículas de luz estavam atravessando um objeto sólido. Maravilhado
com a descoberta, Roentgen rapidamente percebeu que imagens brilhantes
poderiam ser produzidas com essa incrível radiação – a primeira do tipo
foi a imagem do esqueleto da mão de sua esposa.
Fonte: Megacurioso, Rock N'Tech, Gizmodo
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